sábado, 30 de julho de 2011

Pesquisa de fungos filamentosos a partir de Cannabis sativa L. (Maconha) em uma pericia criminal



A Cannabis sativa L. é uma planta produtoras de substâncias psicoativas, classificada como planta proscrita por conter essa propriedade. Ela é conhecida popularmente com maconha ou marijuana.

Em planta herbaceae constituída de flores femininas maturas e compostas por folhas pistiladas. A forma resinosa, conhecida como haxixe, consiste fundamentalmente de tricomas glandulares coletados do mesmo material vegetal.

O principal composto químico psicoativo presente na cânabis é o Δ9-tetrahidrocanabinol (delta-9-tetrahidrocanabinol), comumente conhecido como THC - cuja concentração média é de até 8%, mas algumas variedades de maconha (cruzamentos entre a espécie Cannabis sativa e a Cannabis indica) comumente conhecidas como skunk ("cangambá", em inglês) produzem recordes na marca de 33% de THC. Pelo menos 66 outros canabinóides estão presentes na Cannabis, como ocanabidiol (CBD) e o canabinol (CBN), muitos dos quais causam interações psicoativas.

Fungos filamentosos são conhecidos também como bolores em que constituem vários gêneros como Aspergillus spp., Penicillium spp., Scopulariopsis spp., Chysosporium spp.

A maioria dos fungos desenvolve-se como hifas, que são estruturas filamentosas, cilíndricas, com 2 a 10 µm de diâmetro e até vários centímetros de comprimento. As hifas crescem nas suas extremidades (ápices); novas hifas formam-se tipicamente por meio da emergência de novas extremidades ao longo da hifa existente num processo designado “ramificação”, ou ocasionalmente por bifurcação de extremidades de uma hifa em crescimento, dando origem a duas hifas com crescimento paralelo. A combinação do crescimento apical com a ramificação/bifurcação conduz ao desenvolvimento de um micélio, uma rede interconectada de hifas. As hifas podem ser septadas ou cenocíticas: as hifas septadas são divididas em compartimentos separados por paredes transversais (paredes celulares internas, chamadas septos, que se formam perpendicularmente à parede celular, dando à hifa a sua forma), cada compartimento contendo um ou mais núcleos; as hifas cenocíticas não são compartimentadas.

CAZENAVE, 2003 faz o levantamento de fungos filamentosos em prensados de Cannabis sativa L. (Maconha), realizado no Instituto Médico Legal de Campinas-SP. Seu trabalho constitui de uma importância tanto epidemiológica como para perícia forense. O trabalho busca orientar os profissionais que estão em contato com a planta durante sua apreensão e identificação, assim como os seus usuários, pois ambos os tipos de exposições podem levá-los manifestações de sintomas que vão de alergias a intoxicação devido aos esporos e hinfa dos fungos.

Os fungos mais freqüentes identificados em sua pesquisa foram: Aspergillus sp, Fusarium sp, Penicillium sp, Cephalosporium sp e Cladosporium sp.

A técnica de cultivo foi realizada com utilização de meio de cultura Agar Saboraud Dextrose em placa de Petri 90 x15 com 20 ml e 5 ml em tubos 10 x 15 inclinado para a sua manutenção das cepas e nova análise, o mesmo processo de manutenção também corresponde a Cadeia de Custódia, onde as provas de um delito são guardadas sob responsabilidade da Secretaria de Secretaria de Segurança Pública em quanto corre o processo judicial.

As colônias foram isoladas e identificadas com técnicas tradicionais em microbiologia e micologia tanto microscópica como macroscópica.

Fonte de pesquisa:

CAZENAVE, S.O.S., Isolamento e identificação de fungos filamentosos a

partir de “Cannabis Sativa l.”. Revista de Toxicologia em Línea nº 03 p. 01 - 12 dezembro 2003.

http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/344_98.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maconha

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fungi#Morfologia

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Isolamento de Escherichia coli O157:H7 em pericia de alimentos processados derivados de carne animal.

Colônias de Escherichia coli enter-hemorragica em agar McConkey com Sorbitol (Fonte de pesquisa:http://madscientistjunior.blogspot.com/2009_03_01_archive.html)

“Kim Reggis, conceituado cirurgião cardíaco dos USA, leva sua filha adolescente Becky Reggis para jantar fora em uma lanchonete badalada da sua região, a Onion Ring. Após terem comido um hambúrguer malpassado, sem saber que naquele hambúrguer se encontrava uma das formas mais patogênica da espécie bacteriana Escherichia coli O157:H7, produtora de uma toxina mortal.

A pequena Becky passou a sentir dores abdominais no dia seguinte e cada dia que passava se agravava mais os sintomas de mal estar. Incapaz de impedir a progressão da doença, ele se lança em uma investigação solitária para descobrir como e por que sua filha ficou doente. “A trilha de pistas leva às grandes industriais de carne e suas práticas assustadoras.” Livro: TOXINA – Robin Cook, editora Record Rio de janeiro, 1999.

A Escherichia coli é uma enterobactéria Gram-negativa comum no intestino animal. Cerca de 200 E.coli patogênicas conhecidas podem causar doenças diarréicas e infecções do trato urinário, que representam risco de vida. Linhagens de E.coli entero-hemorrágica (EHEC) produzem verotoxina, uma enterotoxina semelhante ao da bactéria Salmonella dysenteriae, a toxina Shiga. Após a ingestão de alimentos ou água contaminada com uma linhagem específica de EHEC, Escherichia coli O157:H7, o microrganismo se desenvolve no intestino delgado, onde produz a Verotoxina. Tal toxina provoca diarréia hemorrágica e insuficiência renal em crianças. A cauda mais comum dessa infecção corresponde ao consumo de carne crua ou mal cozida contaminada, principalmente carne moída processada em massa. Uma das principais formas de contaminação dessas carnes é na hora do abate no matadouro, em que o material intestinal entra em contato com a carne.

Já foram vários trabalhos científicos referente a pesquisa de E.coli O157:H7 em alimentos a base de carne moída processada para o consumo da população, principalmente adolescentes e crianças.

Uma das ferramentas utilizadas em laboratório para o cultivo deste patógeno é o meio de cultura McConkey com Sorbitol. Seu isolamento corresponde em semear o material questionado em Agar McConkey com sorbitol, incubar em estufa bacteriológica por 18 a 24 horas em atmosfera de CO2. Seu resultado é interpretado pela presença de colônias rosa para vermelho, em que representa bactérias sorbitol positivo, pois a Escherichia coli entero-hemorrágicas são bactérias fermentadoras de sorbitol. É utilizado também o meio de cultura McConkey com Sorbitol suplementado com antibióticos, tais como cefixima, suplementado com cefixima e telurito. Outro método para a identificação laboratorial de cepas de Escherichia coli O157:H7 é a utilização da prova para a detecção do sorotipo O157 ou toxina tipo SHIGA diretamente nos materiais questionados.

Segundo TAVARES, 2006 pesquisou sobre os aspectos microbiológicos das carnes de Hambúrgueres prontas para o consumo, onde a característica comum da microbiota da carne bovina em condições higiênicas é composta por bacilos Gram-negativos como as da família das Enterobacteriaceae e do gênero Pseudomonas e por Gram-positiva dos gêneros Enterococcus, Lactobacillus e Staphylococcus. As bactérias patogênicas mais comuns encontradas nestes alimentos são Escherichia coli, Clostridium perfrigens, Staphylococcus aureus e Salmonellas spp. e ocasionalmente Yersinia enterocolitica, Clostridium butolinum e Bacillus cereus. A Escherichia coli O157:H7 é isolada com mais freqüência em hambúrgueres contaminados implicados em surtos infecciosos de origem alimentar.

A população atual devido ao pouco tempo disponível para a preparação de alimentos saudáveis, tem se apegado a alimentos industrializados para consumo rápido e barato como os hambúrgueres de carne bovina, tornou opção freqüente entre a população, principalmente jovens que freqüentam lanchonetes, Traillers de praça e lotre públicos, assim como redes fast food.

Segundo a Legislação do Código Penal Brasileiro Lei 9.677/1998:

ART.: 272 Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo:"(NR).

Referências Bibliográficas:

COOK,R - TOXINA- Editora Record Rio de Janeiro, 1999.

KONEMAM,E – DIAGNÓSTICO EM MICROBIOLOGIA: ATLAS E TEXTO 5ª Ed. Editora Medsi, Rio de janeiro, 2001. P.205 e 206.

TAVARES, T, M – CARNES DE HAMBURGUERES PRONTAS PARA CONSUMO: ASPECTOS LEGAIS E RISCO BACTERIANO. Revista Patologia Tropical Nº 35(1): 1-25. jan.-abr. 2006.

Site pesquisado: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9677.htm

sábado, 15 de janeiro de 2011

Trichomonas Vaginalis: Parasita de importância forense indicadora de crime sexual


A genética forense tem se mostrado uma forte ferramenta para a identificação de suspeitos de crimes sexuais, principalmente quando há o óbito da vítima, onde serão coletados vestígios deixado pelo mesmo na vítima. Mas quando a vítima sofre apenas o abuso pelo agressor? Quando a vítima por distúrbio nervoso toma algumas atitudes, em que possa eliminar alguns vestígios do criminoso em seu corpo, como um banho?
A microbiologia forense pode complementado essa lacuna, mostrando que se pode enriquecer uma investigação de crimes sexuais com pesquisas de bactérias, fungos e parasitas encontradas os orgãos genitourinário, tanto da vítima, quanto do agressor.
Dentre estes microorganismo a Trichomonas vaginalis pode se tornar um bom bioindicador desse tipo de delito.

O Trichomonas vaginalis é um parasita eucariota flagelado anaérobio facultativo com cerca de 15 micrômetros. Tem 4 flagelos desiguais e uma membrana ondulante que lhe dão mobilidade, e uma protuberância em estilete denominada axóstilo --- uma estrutura rígida, formada por microtúbulos, que se projeta através do seu centro até sua extremidade posterior. Não possui mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos (hidrogenossomos) que podem ser vistos à microscopia óptica. Essas estruturas são portadoras da enzima piruvato:ferredoxina oxirredutase, a qual transforma piruvato em acetato por oxidação fermentativa, liberando energia na forma de ATP. O T. vaginalis é o agente causador da tricomoníase. Existe em apenas uma única forma (trofozoíto), que é simultaneamente infecciosa e ativa. Contudo formas arredondadas com flagelos internalizados muito semelhantes a cistos, porém sem apresentar parede cística são comumente encontradas. Estas formas são conhecidas como pseudocistos. Ao contrário do que se imaginavam os pseudocistos não são formas degenerativas, mas sim formas funcionais e metabolicamente ativas. Reproduz-se por pleuromitose fechada com fuso extranuclear. Cresce em pH entre 5,0 e 7,5 a temperaturas variando de 20 a 40 °C. Utiliza a glicose, a maltose e a galactose como fontes de energia. Mantém o glicogênio como forma de armazenamento de energia. Em condições adversas, podem utilizar também os aminoácidos, especialmente a arginina, treonina e leucina, como fontes energéticas.

Doença infecto-contagiosa do sistema gênito-urinário do homem e da mulher. No homem causa uma uretrite de manifestações em geral discretas (ardor e/ou prurido uretral e secreção brancacenta, amarelada ou amarelo esverdeada), podendo, eventualmente ser ausentes em alguns e muito intensas em outros.
É uma das principais causas de vaginite, vulvovaginite e cervicite (infecção do colo do útero) da mulher adulta podendo porém, cursar com pouca ou nenhuma manifestação clínica. Quando presente, manifesta-se na mulher como um corrimento vaginal amarelo esverdeado ou acinzentado, espumoso e com forte odor característico. Não é incomum também ocorrer irritação na região genital bem como sintomas miccionais que podem simular uma cistite (dor ao urinar e micções frequentes).
Transmissão: Relação sexual (principalmente). A mulher pode ser infectada tanto por parceiros do sexo masculino quanto do sexo feminino (por contato genital). O homem por parceiras do sexo feminino.
É importante considerar aqui que mesmo a pessoa portadora da doença, mas sem sintomas, pode transmitir a infecção.
Fômites.

Diagnóstico laboratorial:

  • Microscopia direta a fresco com a utilização da técnica de coloração de Giemsa.
  • Meio de cultura: Meio de Pavlova modificado.

Fontes de pesquisa:

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Trichomonas_vaginalis

- http://www.dst.com.br/pag10.htm